Museu:Museu Histórico de Itajaí

Localização:Itajaí

Ano de Fundação: 1982

[Vinheta]

Olá,

Sejam bem-vindos e bem-vindas ao podcast Museus de Santa Catarina- sua visita guiada aos museus do estado. 

[Som transição] [Campainha]

No episódio de hoje, apresentaremos o Museu Histórico de Itajaí, que fica em Itajaí-SC. Vamos conhecer sua história e curiosidades sobre seu acervo. 

O Museu Histórico de Itajaí fica em um palacete municipal – palácio Marcos Konder, de arquitetura eclética construído para abarcar os três poderes. Localizado no centro da cidade, em frente à catedral, o museu salvaguarda o patrimônio histórico cultural  de Itajaí.

O Palácio Marcos Konder teve sua construção iniciada em 1920.

Em 1925 foi inaugurado e intitulado  Palacete Municipal. 

O prédio foi usado como sede dos três poderes:

Executivo com a prefeitura em seu piso térreo

Legislativo com a Câmara de Vereadores no piso superior e,

Judiciário com o Fórum da Comarca de Itajaí no subsolo. 

Em 1950, o Judiciário foi retirado do prédio;

Em 1962, o Palacete foi renomeado para Marcos Konder  em homenagem ao ilustre político e literato local.

Em 1972 o Executivo foi retirado do prédio;

Na década de 70 o prédio foi ocupado por um posto cultural e pelas escolinhas de arte do município. Ali ainda funcionava o balcão de empregos da cidade.

O Palácio foi ainda o espaço de alfabetização de muitos itajaieses já que  abrigou as atividades do Movimento Brasileiro de Alfabetização – MOBRAL, que tinha como objetivo promover a alfabetização funcional aos analfabetos de 15 anos ou mais. 

Em 1977, o colecionador João Amaral Pereira, iniciou a formatação do primeiro museu municipal de Itajaí.

Em 05 de janeiro de 1982 foi inaugurado no Palácio Marcos Konder o Museu Histórico de Itajaí. O local onde o museu foi fundado não abrigava mais o executivo nem o Judiciário. 

Permaneceram ali as atividades do legislativo e o museu dividia espaço com a Câmara de Vereadores. 

Os primeiros acervos do museu foram do colecionador João Amaral Pereira.

Em 1985, o Arquivo Histórico de Itajaí passou a ocupar duas salas no Palácio.

Em 1998, foi instituído o tombamento municipal do edifício.

Até 1999, a Câmara de Vereadores funcionou no prédio, ano em que foi transferida para outro espaço.

No ano de 2000 o Palácio Marcos Konder foi reinaugurado e agora abrigava somente o Museu Histórico de Itajaí.

Em 2001, o prédio foi tombado em nível estadual. 

Em 2014, o Museu Histórico de Itajaí fechou suas portas para dar início a uma reforma: seu primeiro restauro completo. A obra contemplou o prédio com acessibilidade e a construção de um anexo ao palácio, para abrigar em condições adequadas, as peças museais. 

Em 2016 o museu foi reaberto. 

O Palacete Municipal fundado em 1925, intitulado Superinthendência Ithajay foi o primeiro prédio público de Itajaí a abrigar os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. 

O acervo do museu atualmente conta com mais de 16.000 peças compõem o museu: 10 salas, 2 galerias uma de fotos e uma de artes, e 2 salas no subsolo

Sala 180 graus – é a sala que retrata os primórdios de Itajaí em uma projeção de 180 graus. Sala da ocupação – Dois quadros de colonizadores ganham vida e conversam com o público. Através do quadro pintado pelo artista itajaiense Walter Smykalla, João Dias de Arzão foi o primeiro bandeirante a abrir os caminhos para colonizar a região. Ao lado dele, Antônio Menezes Vasconcelos de Drummond fala sobre a exploração do ouro e do pau Brasil.

Sala da colonização – Uma maquete construída em papel machê pelo artista plástico local Age Pinheiro, apresenta a primeira visão de Itajaí colonizada entre os anos 1900 e 1930, onde hoje fica o centro histórico da cidade. 

Sala da fé e sincretismo – As principais expressões religiosas que conversam com a história de Itajaí estão representadas nesta sala: procissões da igreja católica como a do  Divino Espírito Santo, do Corpus Christi, festa do dia 02 de fevereiro – dia de Iemanjá e a procissão do Senhor Morto, procissão feita pela religião católica na quaresma.

Sala da carpintaria naval – retrata as embarcações de madeira e as mais modernas, feitas de metal. Mostra um esqueleto em madeira, de embarcação, em tamanho real.

Sala da imigração – Um mural com os nomes dos principais colonizadores de Itajai, aqui tem nomes principalmente italianos, alemães e japoneses. São os principais nomes que compõem Itajai: Fachini, Zimmerman, Schimidt, Angel, Iamamoto, Coker, Bitencourt, Shneider entre outros.Também estão expostos chapéus, sapatos, óculos, malas e outros objetos deste período de imigração.

Sala da sociedade – vários armários trazem fotografias nas portas e, ao abri-los, o público encontra o objeto referente àquela imagem.

Sala de relações internacionais – Um fato interessante é que  Itajaí é cidade-irmã de Sodegaura, no Japão desde janeiro de 1979. Essa parceria prevê intercâmbio cultural, tecnológico, educacional e industrial entre os cidadãos e cidadãs das duas cidades. A sala expõe bonecas, brinquedos, bonsais e outras peças da cidade japonesa.

Salão do Judiciário – Onde aconteciam os julgamentos. As cadeiras são da época e estão conservadas. Atualmente acontecem shows de música clássica todas as quartas feiras a partir das 19h. 

Galeria fotográfica – Localizada no segundo piso, o público pode conhecer o cotidiano da cidade através de fotografias.

Galeria de arte – Essa coleção  de arte era da família Konder, do José Konder Reis, com quadros de artistas locais e nacionais, no local é possível avistar um quadro de Athos Bulcão, pintor, escultor, desenhista e artista brasileiro nascido no Catete, Rio de Janeiro, em 2 de julho de 1918, que fez grande parte de suas obras em Brasília. Faleceu após uma parada cardiorespiratória no dia 31 de julho de 2008, aos 90 anos.

Salão de solenidades – Salão mobiliado como à época em que recebia as sessões da Câmara de Vereadores e do fórum de Itajaí.

Subsolo: sala 1 – Exposição apresenta as relações de poder econômico e militar. Com moedas e cédulas desde o Império Brasileiro (1822) e armamentos originais da Força Expedicionária Brasileira

No museu é possível conhecer ainda o busto de Simeão, um descendentes de africano escravizado responsável pela construção da primeira igreja da cidade: a  Igreja da Imaculada Conceição em 1823.

Documentos do século 19, pesquisados pelo professor José Bento Rosa da Silva, revelam a participação de africanos desde a fundação da cidade de Itajaí. Em documentos do Cartório de Registro de Imóveis do século 19 mostram indicação da presença de africanos na cidade. Nessa época, os afro-descendentes e africanos eram considerados como imóveis que poderiam ser vendidos e comprados a qualquer momento. O professor explica que, quando se vendia ou se trocava escravos, era feita, também, uma avaliação da “mercadoria”. 

O pedreiro Simeão, foi escravo de Agostinho Alves Ramos, e em 1823, construiu a primeira igreja de Itajaí. É importante destacar Simeão pois parte da historiografia da cidade  ainda invisibiliza a presença negra e  silenciam a presença de afro-descendentes e africanos no Estado. Registrou José Bento Rosa da Silva que “Esse silêncio é uma exclusão histórica que reforça o mito de que Santa Catarina é uma Europa incrustada no Brasil”.

Em 2012, Itajaí instituiu o Prêmio Simeão para conferir às personalidades que contribuíram para a valorização do negro na sociedade itajaiense.

Mas, afinal, quem foi Marcos Konder?

Marcos Konder foi um importante político da cidade de Itajaí que nasceu em 5 de janeiro de 1882, em Itajaí/SC. Filho de Marcos Konder (Markus) e de Adelaide Flores Konder.

Seu pai era alemão, professor, católico, natural de Schweich na Alemanha. Em 1872 se estabeleceu em Itajaí, para ser professor particular dos filhos da família Marlburg. Casou com Adelaide Flores e tiveram nove filhos,muitos se tornaram notáveis na política catarinense e nacional.

Marcos Konder estudou em Blumenau, no Colégio São Paulo e na Escola Nova Alemã.

Em 1904 Foi Superintendente Municipal substituto (atual cargo de Prefeito),

Ainda naquele ano, em 1904, fundou o jornal Novidades – periódico redigido por Tibúrcio de Freitas e seu irmão, Adolfo Konder e colaborou com a imprensa de Itajaí e região, por 15 anos, até 1919.

De 1907 a 1911 foi Superintendente titular e Vereador na Câmara Municipal. Reeleito  Superintendente Titular de 1914 até 1930. Nesse período, foi responsável por importantes obras, entre elas, o Palacete Municipal, hoje Palácio Marcos Konder, e a Ponte sobre o Rio Itajaí Mirim, que também recebeu seu nome.

De 1913 a 1937, foi seis vezes eleito Deputado Estadual na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Depois de 1937, foi Diretor-Presidente da Usina de Açúcar Adelaide.

Destacou-se na literatura catarinense, autor de diversos livros e de folhetos.Integrou a Academia Catarinense de Letras e a Academia Itajaiense de Letras.

Faleceu no dia 5 de julho de 1962, em Itajaí/SC. 

Em 2012, seus restos mortais foram trasladados para o Memorial de Ex-Prefeitos, no Cemitério do Bairro Fazenda.  

Visitei o Museu Histórico de Itajaí fica no Palácio Marcos Konder  no centro da cidade em março de 2022.

O acesso ao museu é por um lance de escadas de lindos ladrilhos coloridos. 

O prédio do museu era antigamente o antigo Palácio dos 3 poderes 

conta com mais de 16 mil peças. 

Ao entrar no museu e olhar para baixo, um chão de madeira, ao olhar para cima, um pé direito alto. A direita a recepção, onde fica o livro de visita. Realizei a visita guiada com o Mikael que me apresentou o museu em todos os seus andares. 

Na entrada do museu sempre fica uma exposição itinerária temática. Quando F,ui era uma máquina de costura para retratar o mês de março, o mês das mulheres. 

O museu conta com elevador para atender Pcds e pessoas com dificuldade de locomoção. 

Um corredor de teto baixo nos leva a uma pequena sala, nela, duas peças que à primeira vista parecem dois baús de madeira, são na verdade, dois cofres, um deles nunca foi aberto. 

O Museu Histórico de Itajaí abre de terça a sexta, das 13h às 18h, exceto feriados. Escolas e grupos devem realizar agendamento.

Entrada gratuita

Foi um prazer te guiar até aqui!

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Roteiro e Produção:Taiana Martins

Técnico e edição de som: Gustavo Elias 

Apresentação: Taiana Martins

A primeira temporada do podcast Museus de Santa Catarina foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2021, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.

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Um abraço e

Até a próxima!