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Museu Oceanográfico Univali

fachada Museu Oceanográfico univali prédio retangular de tijolinhos com detalhes em azul

Localização: Balneário Piçarras

Ano de Fundação: 1991

NESTE EPISÓDIO DO PODCAST MUSEUS DE SANTA CATARINA, visitamos o Museu Oceanográfico Univali que fica na Universidade do Vale do Itajaí, em Balneário Piçarras. 

O museu apresenta um acervo exposto constituído por mais de 1.500 peças da biodiversidade marinha brasileira e do trabalho de pesquisador(a). 

Nosso podcast é um guia de áudio para lugares históricos, interessantes e inspiradores de Santa Catarina. Em pouco mais de 10 minutos, te levamos a conhecer um museu incrível e, ao longo do caminho, histórias fascinantes.

Junte-se a nós para se aventurar nos museus do estado de Santa Catarina. 

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Galeria de Imagens

Fotos: Taiana Martins

Transcrição do Episódio

[Vinheta]

Olá!

Sejam bem-vindos e bem-vindas ao podcast Museus de Santa Catarina- sua visita guiada aos museus do estado. 

[Som transição] [Campainha]

No episódio de hoje, apresentaremos o Museu Oceanográfico Univali, que fica em Balneário Piçarras- SC. Vamos conhecer sua história e curiosidades sobre seu acervo. 

O Museu Oceanográfico Univali (MOVI) é o maior das Américas sobre a temática oceanográfica e terceiro maior do mundo.

 É um dos quatro principais acervos de história natural do Brasil. 

O museu, fica localizado na cidade de Balneário Piçarras-SC, litoral centro-norte catarinense, às margens da BR 101.

O Museu Oceanográfico Univali (MOVI), foi criado em 1987 pelo geógrafo Jules Marcelo Rosa Soto. Desde pequeno sempre foi aficcionado em colecionar achados do mar. Ainda aos cinco anos iniciou sua primeira coleção de conchas. 

Em 1987 fundou uma ONG para dar continuidade aos seus estudos e colecionismos  assim  surgiu o CBCLIN (Centro de Estudos Biológicos Costeiros Liminológicos e Marinhos).

Em 1992, passou no concurso da Univali. Inicialmente seu acervo funcionou como apoio para a faculdade de oceanografia, a ideia de transformá-lo em museu aberto ao público veio em 2002, com a abertura do campus de Piçarras. Em 2008 começou, efetivamente, a transformação do prédio em sede do museu.

O acervo do Museu tem mais de 200.00 peças e em exposição para o público cerca de 1.500 que buscam proporcionar ao visitante um panorama da biodiversidade marinha brasileira. 

O Museu é dividido em sete diferentes alas:  

Ala azul – Surgimento da vida e da Oceanografia;

– Ala vermelha – Invertebrados marinhos;

– Ala verde – Peixes cartilaginosos;

– Ala marrom – Peixes ósseos;

– Ala cinza – Répteis marinhos;

– Ala Bege – Aves marinhas;

– Ala preta – Mamíferos marinhos

As coleções do MOVI são compostas essencialmente por espécies 

marinhas, incluindo as de ambientes costeiros, pelágicos, de oceano 

profundo e ilhas oceânicas.

A maior parte do material colecionado é 

representativo da fauna brasileira, formando um retrato do conjunto da 

biodiversidade, especialmente da Região Sul. Alguns lotes coletados fora 

do Brasil foram permutados ou doados por outras instituições

Todos os animais são reais e foram para o museu através de monitoramento de praia e barcos pesqueiros… Todos os animais foram capturados e direcionados ao museu para fins de estudo, pesquisa e educação ambiental.

O Museu em números:

  • A maior coleção privada de tubarões e raias do mundo (9.907 espécimes);
  • A maior coleção de tartarugas marinhas da América do Sul (1819 espécimes);
  • A maior coleção de conchas do Brasil e segunda da América Latina (90.000 espécimes).
  • A maior coleção de mamíferos marinhos do Brasil (709 espécimes);
  • A segunda maior coleção de aves marinhas do Brasil (708 espécimes)

O Museu Oceanográfico nivali  tem ainda 

  • A maior coleção de peixes marinhos do sul do Brasil (7.369 espécimes);
  • A maior coleção de invertebrados marinhos do sul do Brasil (8.000 espécimes);

Visitei o Museu Oceanográfico em março de 2022. Da rodovia já entrei no estacionamento. O museu fica no primeiro andar de prédio retangular com fachadas de tijolinhos alinhados. O acesso é por rampa, uma rampa larga e ao chegar uma porta de vidro com o nome do museu é onde fica a recepção/bilheteria. 

Ao olhar para baixo, cerâmica branca com vincos pretos. 

Ao olhar para cima um teto de alvenaria. 

Após pagar a entrada na bilheteria do museu, passei por uma cortina e a visita  se inicia com um painel sobre a água e sua importância como elemento mais comum no Universo. O painel mostra como o museu  se relaciona diretamente com a água. 

Conforme eu caminhava, as luzes se acendiam. O projeto luminotécnico é todo em tecnologia led. O museu é acessível para pessoas com deficiência física e com mobilidade reduzida.

São muitas vitrines com infinitas curiosidade desde pequenas as grandes. Há uma pequeno pedaço de fóssil de cianobactérias, que são forma filamentosas que sucederam as algas unicelulares solitárias, as mais primitivas formas de vida.

placas e fosseis indicativos das 

Eras Geológicas

Elas representam cada uma das grandes divisões do tempo geológico do planeta

Pré-cambriana, Paleozoica, Mesozoica e Cenozoica.

Em seguida vitrines sobre os Gabinetes de Curiosidade.

Na Europa, durante os séculos XVI e XVII,existiam centenas, senão milhares, de Gabinetes de Curiosidades,, Câmaras de Maravilhas, em alemão Kunst und Wunderkammer. (custi and vundacammar).esses gabinetes eram Mantidos por príncipes ou casas reais, humanistas, artistas ou ricos burgueses, representavam a cultura erudita interessada em conhecer e colecionar o mundo que os cercava. 

Animais marinhos, fragmentos de múmias, anomalias animais, chifres de unicórnios, e outros, mostram o universo curioso dos gabinetes. 

Nas vitrines, instrumentos científicos, como lunetas, microscópios, globos terrestres, instrumentos astronômicos, mostram a engenhosidade da natureza humana.

Uma vitrine apresenta Matthew Fontaine Maury-  (Methyl Fonti Móry)o pai da oceanografia moderna.

Nascido na Virgínia, nos EUA,em 1806 foi um astrônomo, historiador, oceanógrafo, meterologista, cartógrafo, geólogo, escritor e educacador.

Foi oficial da Marinha dos EUA.

Como Superintendente do Observatório Naval dos EUA, o oficial da marinha norte-americana Matthew Fontaine Maury viabilizou a obtenção de grande quantidade de informações sobre ventos e correntes marítimas, que eram coletadas por comandantes dos navios da marinha americana e de outras embarcações, seguindo um protocolo criado por ele. 

Curioso é que aos 33 anos, uma lesão na perna o deixou inapto para o dever no mar, por razões de saúde, não podia navegar, de forma que passou a acumular dados sobre barcos, ventos e correntes contidos em diários de bordo de muitos mestres. Para aumentar seus conhecimentos,Maury recorreu à ajuda de marinheiros de todos os tipos de barcos e de muitasnacionalidades, o que lhe permitiu correlacionar conhecimentos sobre uma vasta gama de variáveis ambientais

Com essa base de dados, Maury elaborou mapas dos principais campos de ventos e correntes da Terra, que foram publicados em 

1848, inspirando a realização da primeira Conferência Marítima Internacional, em Bruxelas (1853), que buscava uma uniformização dos métodos náuticos e das observações meteorológicas no mar.

Essa conferência levou à criação do Bureau Hidrográfico Internacional e, com a cooperação internacional que se estabeleceu a partir desta organização, foi possível a obtenção de informações provenientes de todos os mares e oceanos. Assim, pôde compilar os dados e publicar mapas das correntes marinhas do Atlântico, Pacífico e Índico, que permitiram diminuir significativamente o tempo de viagem das embarcações, pois estas passaram a aproveitar as correntes e ventos nas rotas conhecidas. Em 1854, Maury publicou a primeira Carta Batimétrica do Atlântico Norte, demonstrando a possibilidade de assentamento de cabos telegráficos submarinos.Ganhou o título de:

Desbravador de Mares

Pai da Oceanografia Moderna e Meteorologia Naval

Cientista dos Mares

Faleceu em 1873,aos 67 anos, em sua casa do Instituto Militar da Virgínia em Lexington. 

Em seguida uma vitrine com um escafandro e uma placa que informa:

Escafandro Brasileiro e o pioneiro em equipamento de mergulho no Brasil

Charles Person nasceu em Paris no ano de 1873.

Aos 23 anos se muda para o Brasil e estabelece residência em São Paulo.

Em 1904, fundou uma “Oficina Mecânica Charles Person” na Calle Augusto de Queiroz nº 42, dedicando-se à importação e exportação de componentes e peças navais, especializada em fabricação de aparelhos, lemes, escotilhas e acessórios para a indústria naval.

Os primeiros capacitores fabricados  eram para uso fluvial, para rios rasos … ou seja, para “garimpeiros”, garimpeiros, garimpeiros de ouro, diamantes e pedras preciosas nos números rios do território brasileiro.

Os capacetes de 12 parafusos (2) foram fabricados posteriormente a um pedido da Marinha do Brasil para o mar, seu número era muito limitado devido ao surgimento do mergulho autônomo com garrafa. 

O aprox. o peso é de 14 kg a 15 kg.

Em seguida a placa na vitrine do museu nos informa sobre a expedição do HSM Beagle, um enorme navio brigue com 10 canhões que foi lançado ao mar pela Marinha Real Britânica no ano de 1820, nesse mesmo ano o navio participou da coroação do rei George IV. Foi o primeiro navio a passar embaixo da antiga ponte de Londres.

Onze anos depois, em 1831, o navio parte numa expedição,sob o comando de Robert Fitzroy (fritsfroi) e leva entre os tripulantes um jovem naturalista de 22 anos: Charles Darwin. Ele havia sido convidado pelo seu professor de botânica em Cambridgde John Stevens Henslow para fazer um levantamento hidrográfico amplo pelo mundo. 

O navio Beagle navegou por todos os continentes, da América do Sul à Oceania, incluindo suas famosas paradas pelo arquipélago de Galápagos, Patagônia, Austrália e pela costa brasileira do Rio de Janeiro.

O resultado da experiência de 5 anos vai embasar a escrita do famoso livro de Charles Darwin, publicado em 1859, quase uma década depois de sua jornada pelo mundo: A origem das espécies.

Seguimos o passeio pelo museu agora em exposição: o Petróleo

No Brasil, o petróleo é extraído do fundo do mar e o país tem uma das melhores tecnologias para exploração em águas profundas.

Tubos de ensaio ficam expostos na vitrine e e mostram suas diferente cores e texturas: o Petróleo bruto extraído pela plataforma da Petrobras na costa de Santa Catarina, o óleo diesel marinho para abastecimento de navios, óleo diesel tipo S10 para veículos terrestres e a gasolina comum.  

Avançamos passeio pelo museu  e vemos a placa sobre Testemunho glacial no sul do  Brasil

Há milhões de anos, o sul do Brasil já foi coberto de gelo e as evidências na formação geológica Rio do Sul comprovam isso, já que é formada por depósitos argilosos de ambientes marinhos. São sedimentos glaciogênicos que datam entre 299 a 270 milhões de anos. As composições encontradas sugerem lagunas e baías de águas calmas, cujas finas camadas denotam marcada sazonalidade de deposição, intercaladas entre cobertura de gelo e picos de degelo. 

Seguimos  e nos dearamos com 

O verdadeiro pulmão do mundo:Algas Marinhas

Algae é o plural latino de alga, nome usado entre os romanos para designar certas plantas destituídas de raiz, caule e folhas, de coloração parda, vulgarmente chamadas sargaços, que eram lançadas na praia durante as ressacas. 

O nome Algae para designar uma categoria sistemática de plantas aparece pela primeira vez em Linnaeus (1753). 

As algas são ubíquas e ocorrem em ampla 

variedade de hábitats, desde aquáticos até terrestres, praticamente em todas as latitudes, longitudes e altitudes do globo.

O estudo das algas no Brasil teve um início simultaneamente romântico e controverso. A primeira expedição de coleta realizada em nosso país e que incluiu material de algas foi patrocinada pelo rei Maximiliano José I, da Áustria, oferecida como presente ao Brasil por ocasião das núpcias de sua filha, a arquiduquesa Maria Leopoldina, com o príncipe herdeiro de Portugal Pedro IV, mais tarde Pedro I do Brasil. Os cientistas escolhidos para compor a expedição foram Carl Friedrich Philip von Martius, botânico e antropólogo, e Johann Baptist Von Spix, zoólogo, ambos naturalistas de Munique; e Giuseppe Raddi, um botânico italiano.

Mas foi somente em 1950 que Aylthon Brandão Joly, professor na Universidade de São Paulo, realmente assumiu a tarefa de estudar as algas do Brasil. Denominado o “pai da ficologia brasileira”, Joly publicou a primeira ficoflora do país (Joly 1957) ao inventariar as algas marinhas macroscópicas bentônicas da Baía de Santos e arredores. Nessa contribuição, o referido autor realizou o primeiro levantamento florístico planejado de uma área delimitada e relativamente restrita do Brasil.

Vamos agora conhecer a história do Calypso. Foi um navio construído durante a Segunda Guerra Mundial como um navio caça-minas.

Seu último proprietário, explorador francês Jacques-Yves Cousteau o denominou como um navio de pesquisas hidrográficas. Adquirido em 1950 pelo milionário irlandês Loel Guinness, o “Calypso”, foi alugado por Cousteau para pesquisa oceanográfica.

Jacques Cousteau (1910 – 1997) nasceu em, Gironde na França, em 11 de junho de 1910. Aos 20 anos, em 1930, entrou na  “Ecole Navale”, em Brest. Sua intenção era ser um aviador naval.

Aos 26 anos um banal acidente muda sua vida. Havia um casamento marcado que Jacques queria assistir. O jovem  pegou emprestou o carro esportivo do pai  mas, no trajeto, teve um terrível acidente. Ficou gravemente ferido. Não pode  retomar o treinamento para a aviação. Sorte nossa. Cousteau precisava uma maneira de se reabilitar e fortalecer seus braços quebrados,  resolveu nadar.

Casou-se em 1937. Simone Melchior. Cousteau adaptou o Calypso como laboratório móvel para pesquisa de campo e como seu principal veículo para mergulho e filmagem.

 A bordo dele, o explorador francês atravessou durante mais de 40 anos os oceanos para realizar filmes sobre o fundo do mar.

Sua esposa foi a primeira mulher mergulhadora e desempenhou papel fundamental nas operações no mar. Atuava como mãe,  barbeira, enfermeira e psiquiatra para a tripulação masculina por 40 anos.

Em 1956, Cousteau lançou seu primeiro documentário em cores The Silent World. Este filme mudou para sempre a ideia das pessoas sobre os oceanos e a vida que contêm.Ele ganhou o Academy Award de Melhor Documentário em 1957.

Em 1996, um ano antes da morte de Cousteau, o navio afundou no porto de Cingapura depois de colidir com uma barca. Jacques-Yves Cousteau faleceu de ataque cardíaco em 25 de junho de 1997, em Paris, aos 87 anos.

No museu, podem ser vistos ainda: 

Peixes em Aquário, o peixe palhaço que nós conhecemos como o Nemo em Procurando Nemo e o peixe Cirurgião-paleta que é a Dory. Além disso, Conchas de todas as cores e estrelas do mar.

Lulas gigantes

Polvos gigantes

Raias

Quimeras

Tubarões:

Tubarão de sete fendas 

Tubarão Porco de nadadeiras longas

Tubarão gato enfermeiro

Tubarão gato coral 

Tubarão gato de unhas negras

Tubarão Lagarto cauda de serra

Tubarão Pinta Roxa

Tubarão charuto

Tubarão Golfinho 

Tubarão de Cravos

PeixeSerra

Tartaruga verde 

Gigantes Filtradores que são as baleias

O Museu Oceanográfico Univali abre de terça a domingo, das 14h às 18h. O valor do ingresso é de R$30,00 inteira e R$15,00 meia. Crianças até 3 anos não pagam. 

Grupos devem fazer agendamento. 

Foi um prazer te guiar até aqui!

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Novos episódios todos os sábados 

 

Roteiro e Produção:Taiana Martins

Técnico e edição de som: Gustavo Elias 

Apresentação: Taiana Martins

 

A primeira temporada do podcast Museus de Santa Catarina foi selecionado pelo Prêmio Elisabete Anderle de Apoio à Cultura – Edição 2021, executado com recursos do Governo do Estado de Santa Catarina, por meio da Fundação Catarinense de Cultura.

Para saber mais, siga-nos nas redes sociais e no site: www.podcastmuseussc.com.br 

Um abraço e

Até a próxima!

Referências Bibliográficas

HARARI, Joseph. Noções de Oceanografia.[Livro Eletrônico]/ OIrg. Joseph Harari. São Paulo: Instituto Oceanográfico, 2021.

RAFFAINI, P. T. Museu Contemporâneo e os Gabinetes de Curiosidades. Rev. do Museu de Arqueologia e Etnologia, S. Paulo, 3: 159-164, 1993.

RODRIGUES, Gilson de Jesus Mota; ANJOS, Francisco Antonio dos; LIMA, Brenda Cortes de. UNIVERSIDADE NO PROCESSO DE INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO TURÍSTICO: o caso do Museu Oceanográfico Univali.  In: Turismo & Hotelaria no contexto da tecnologia/ Organização Adriana Bambilla; Prefácio de Sergio Benheken – João Pessoa: Editora do CTTA, 2020

SOTO, Jules M. R & MINCARONE,Michael M.  Collection of the
Museu Oceanográfico do Vale do Itajaí. Catalog of Cartilaginous fishes (myxini, cephalaspidomorphi, elasmobranchi, hoolocepahali). 




Para citar esse podcast

Podcast Museus de Santa Catarina. Sua visita guiada aos museus do estado. Taiana Martins, Florianópolis, 2022.

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